Sou uma pessoa super desarrumada, é verdade, sempre o fui e não me parece que tão cedo deixe de o ser.
Mas para mim desarrumada não é sinónimo de desorganizada! Sim, eu sei que parece estranho, mas não é.
A minha mãe passa-se comigo porque consigo ter dois quartos totalmente de pantanas nos quais mal se consegue andar. Mas a verdade é que eu consigo muito bem viver no meio daquela confusão e sei onde está cada coisinha. Se eu precisar de alguma coisa sei onde está.
E por isso não gosto nada de quando ela se põe a mexer nas minhas coisas. Não gosto e pronto! Porque o que para ela é sinónimo de arrumado, para mim é sinónimo de levar 5 minutos até encontrar o que quero. E para além disso mexe em coisas que são minhas, são intimas, são privadas e por isso mesmo não gosto que mexam nelas. Não tenho nenhum segredo que ela não possa saber, mas há coisas que são minhas e que não me sinto propriamente á vontade quando ela anda com elas de um lado para o outro e a ver tudo. Posso parecer picuinhas, mas não gosto e pronto! Claro que depois há gritaria... ela porque eu não arrumo e eu porque ela mexe em tudo. Sempre foi assim, e até eu sair de casa vai continuar a ser.
Li esta frase " O passado é inutil como um trapo". E resolvi fazer um post que tenho a certeza absoluta que 98% das pessoas que vão ler este post não vão perceber nada. Mas ainda assim tenho uma razão muito forte para o fazer.
Um trapo é um bocado de pano velho, feio, sujo, gasto e sem a minima importância.
Mas será mesmo assim?!
Se está velho é porque já esteve connosco muito tempo, se é feio é porque nós já não o olhamos com os mesmos olhos que olhavamos quando eram um pano novo, se está sujo é porque passou a "vida" a limpar a nossa porcaria e se está gasto é sem duvida porque nos fez mesmo muita falta!!
Mas a verdade é que demora muito tempo até nos desfazermos desse trapo, porque serve sempre para mais alguma coisinha. Limpar o chão, os sapatos etc.
Afinal de contas o trapo serve para limpar toda a porcaria que fazemos e muitas vezes aprendemos a não fazer mais porcaria.
O desgraçado acaba sempre por ir para o lixo e caí mesmo no esquecimento. Mas até lá, é um objecto do nosso dia-á-dia que está presente e que nos faz muita falta.